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dc.contributor.advisorMatsinhe, Cristiano-
dc.contributor.authorVilanculo, Anifa Graciete-
dc.date.accessioned2024-08-08T09:37:03Z-
dc.date.issued2023-03-01-
dc.identifier.urihttp://www.repositorio.uem.mz/handle258/1070-
dc.description.abstractA presente pesquisa analisa o imaginário que permeia o uso de contracepção entre mulheres na cidade da Beira. A questão tem sido explorada na literatura em três abordagens . A primeira abordagem considera informação com factor importante para o conhecimento e uso dos métodos contraceptivos (Manuel 2007; Costa, et al 2013;Santos e Nogueira 2009 e Guimarães e Witter (2007). A segunda, abordagem aponta para a multiplicidade de factores que condicionam o uso da contracepção, (Brandão e Cabral 2017; Pedro et al, Carreno et al 2006; Durante 2012 e Pirrota, 2002). E a terceira, abordagem a ponta para as dinâmicas contextuais que determinam o uso da contracepção no cotidiano (Sive, 2018). Esta literatura, se por um lado, permitem-nos compreender a informação como um factor relevante para o conhecimento e consequente uso dos métodos contraceptivos; reconheçam a presença da multiplicidade factores que condicionam o uso da contracepção e não obstante lógicas contextuais do uso da contracepção; por outro lado, ao assumirem uma análise fragmentada sobre o uso da contracepção, ficam por compreender como as lógicas que estruturam o uso da contracepção dialogam com as categorias sociais em determinados contextos sociais. Para responder a esta pergunta, realizei uma pesquisa etnográfica na Cidade da Beira, na qual explorei as narrativas sobre trajectórias sexuais e reprodutivas das participantes, desde as práticas sexuais iniciais, o contacto com a contracepção, e do seu uso no quotidiano. A partir do material recolhido , mostro como apenas pessoas do sexo feminino consideradas “Mwanacadzi” são tidas como usuárias legítimas da contracepção em detrimento das “Mwana”, tidas como inelegíveis ou como usuárias ilegítimas da mesma. A referida distinção resulta de um imaginário dominante no contexto de pesquisa, um imaginário reforçado, de forma ambígua, pelos discursos e narrativas disseminados ao longo da história da vigência dos programas de Planeamento Familiar implementados no país. O referido imaginário reconhece às “Mwanacadzi” a legitimidade para praticar relações sexuais e procriar motivo pelo qual podem ter a necessidade de prevenir uma gravidez, o que torna justificável e legítimo o uso da contracepção. De forma contrária, as “Mwanas” são consideradas inaptas ou sem legitimidade para praticar relações sexuais e procriar motivo que tornaria desnecessário e ilegítimo o recurso ao uso da contracepção por parte delas. A descoberta da busca ou uso de contracepção pelas “Mwana” ocasiona ostracização e discriminação das mesmas e das pessoas responsáveis por elas. Nesse sentido, diferentemente dos estudos revisados sobre este assunto, a presente pesquisa para além de apontar para a relevância da contextualização da contracepção para compreender a sua aceitabilidade e uso; nos ajuda a perceber como a aceitabilidade e o uso da contracepção, são condicionados pelo reconhecimento da legitimidade para praticar relações sexuais que tornaria legítimo o uso da contracepção.en_US
dc.language.isoporen_US
dc.publisherUniversidade Eduardo Mondlaneen_US
dc.rightsopenAcessen_US
dc.subjectUso de contraceptivoen_US
dc.subjectLegitimidade e aceitação socialen_US
dc.subjectPlaneamento familiaren_US
dc.subjectCategorias sociaisen_US
dc.subjectCidade da Beiraen_US
dc.titleContracepção, só para “mwanacadzi”: sexualidade, reprodução e acesso aos serviços de planeamento familiar na cidade da Beiraen_US
dc.typethesisen_US
dc.description.embargo2024-07-07-
dc.description.resumoThe present research analyzes the imaginary that permeates the use of contraception among women in the city of Beira. The issue has been explored in the literature in three ways. The first considers information as an important factor for the knowledge and use of contraceptive methods (Manuel 2007; Costa, et al 2013; Santos and Nogueira 2009 and Guimarães and Witter (2007). The second points to the multiplicity of factors that condition the use of contraception, (Brandão and Cabral 2017; Pedro et al, Carreno et al 2006; Durante 2012 and Pirrota, 2002). And the third, the tip to the contextual dynamics that determine the use of contraception in everyday life (Sive, 2018). Such literature, if on the one hand, allow us to understand information as a relevant factor for the knowledge and consequent use of contraceptive methods; recognize the presence of the multiplicity of factors that condition the use of contraception and despite the contextual logics of the use of contraception; on the other hand, by assuming a fragmented analysis of the use of contraception, they fail to understand how the logics that structure the use of contraception dialogue with social categories in certain social contexts. To answer this question, I carried out ethnographic research in the City of Beira, the research explores narratives about the sexual and reproductive trajectories of the participants, from the initial sexual practices, the contact with contraception, the narratives about its use in everyday life. Based on the research material, I show how only female people considered “Mwanacadzi” are considered legitimate users of contraception to the detriment of “Mwana”, considered ineligible or illegitimate users of it. This distinction results from a dominant imaginary in the research context, an imaginary reinforced, in an ambiguous way, by the discourses and narratives disseminated throughout the history of the Family Planning programs implemented in the country. This imaginary recognizes the legitimacy of the “Mwanacadzi” to practice sexual relations and procreate, which is why they may need to prevent pregnancy, which makes the use of contraception justifiable and legitimate. On the contrary, the “Mwana” are considered unfit or without legitimacy to practice sexual relations and procreate a reason that would make their use of contraception unnecessary and illegitimate. The discovery of the search or use of contraception by the “Mwana” causes ostracization and discrimination against them and the people responsible for them. In this sense, unlike the reviewed studies on this subject, the present research, in addition to pointing to the relevance of contextualizing contraception to understand its acceptability and use; helps us to understand how the acceptability and use of contraception are conditioned by the recognition of the legitimacy to practice sexual relations that would make the use of contraception legitimateen_US
Appears in Collections:DAA - FLCS - Dissertações de Mestrado

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