Influência da formação nas práticas dos facilitadores de ensino e aprendizagem de jovens e adultos: o caso dos centros de alfabetização da localidade de michafutene no distrito de Marracuene, 2015

Abstract

A presente pesquisa tem como finalidade analisar a influência da formação nas práticas dos facilitadores de aprendizagem de jovens e adultos, tomando como caso os Centros de Alfabetização e Educação de Adultos da Localidade de Michafutene no Distrito de Marracuene em 2015, dado que os facilitadores desempenham um papel de extrema importância para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem dos participantes jovens e adultos nos centros de alfabetização. Este estudo é predominantemente qualitativo. Para a operacionalização da pesquisa, foi formulada a seguinte questão: “Como é que a formação dos facilitadores de aprendizagem de jovens e adultos influencia as suas práticas de ensino nos centros de alfabetização e educação de adultos de Michafutene?” O estudo envolveu vinte e um participantes, nomeadamente: dez facilitadores, oito aprendentes de todos os centros de alfabetização da Localidade de Michafutene, um técnico da área de Alfabetização e Educação de Adultos aos níveis central e distrital e um responsável do Instituto de Formação de Educadores de Adultos da Matola. Os dados recolhidos por meio de um guião de entrevista e grelha de observação de aulas permitiram concluir que não existe uma diferença significativa entre os facilitadores com formação (educadores profissionais) e os que não a possuem: os primeiros não têm domínio dos métodos andragógicos, da planificação e realização do ensino, o que provoca fraca participação dos participantes jovens e adultos, afectando deste modo o seu processo de aprendizagem. Os últimos, pouco exploram os métodos andragógicos e a planificação das aulas não é sistemática. Embora revelem domínio dos conteúdos na realização do ensino, não promovem uma participação activa e consequente aprendizagem efectiva por parte dos participantes. O actual modelo de formação (interactivo – reflexivo) não é materializado pelos facilitadores do ensino e aprendizagem após a formação, razão pela qual algumas aulas assistidas não estimulam a participação activa dos participantes.