Avaliação dos factores facilitadores e barreiras para a implementação da abordagem dos Serviços de Planeamento Familiar Integrados (PFI): caso do Centro de Saúde da Maxaquene na cidade de Maputo, Junho, 2024

Abstract

Contexto: O planeamento familiar (PF) é um dos pilares para a redução da mortalidade materna e neonatal. A organização da oferta de serviços de Planeamento Familiar joga um papel fundamental no acesso e utilização destes serviços pelos utentes. A oferta destes serviços de forma integrada com outros serviços nas unidades sanitárias é uma estratégia recomendada pela OMS e que mostra inpacto na optimização dos recursos quer a nível institucional como a nível dos utilizadores dos serviços de saúde. O presente estudo visa explorar os factores facilitadores e barreiras para a implementação da abordagem de Serviços de Planeamento Familiar Integrados (PFI) em Moçambique tendo como caso de estudo o Centro de Saúde da Maxaquene na Cidade de Maputo na perspectiva de provedores e utentes dos serviços. Métodos: Foi realizado um estudo de abordagem qualitativa. Uma entrevista foi administrada à 30 indivíduos do sexo feminino, utentes de vários serviços oferecidos no Centro de Saúde da Maxaquene e residentes na área de saúde do mesmo Centro e 14 provedores de saúde que trabalham nas consultas no Centro de Saúde da Maxaquene foram submetidos a uma entrevista seguindo um guião semiestruturado. Os resultados das entrevistas foram transcritos para o Microsoft Word 2013 e de seguida de uma análise de conteúdo com recurso ao Pacote Nvivo 12. Resultados: As utentes dos serviços de Planeamento Familiar definiram o planeamento familiar integrado como sendo a oferta do serviço fora do habitual, isto é, em qualquer outra consulta no Centro de Saúde, que não seja na consulta de planeamento familiar. As utentes acreditam que o planeamento familiar, era o mecanismo mais viável para que não concebessem de forma indejada. Os provedores de saúde, afirmaram ter conhecimento da directriz sobre a oferta integrada dos serviços de planeamento familiar e que tem feito o seu melhor para a sua materialização. Apontaram as longas filas de espera das utentes, como um dos desafios para sua implementação efectiva. A capacitação, o livro de registo e o material de informação, educação e comunicação, foram indicados como potenciais factores facilitadores. Conclusão: As utentes que participaram desta pesquisa têm conhecimentos e acesso à informação sobre o viplaneamento familiar integrado, e se beneficiam desta facilidade no Centro de Saúde de Maxaquene, embora apontem a falta de privacidade como uma barreira a ser considerada. Os provedores de serviços mostram-se conscientes da importância do cumprimento da directriz de integração do planeamento familiar como essencial para reduzir as perdas de mulheres e contribuir para a redução das necessidades não satisfeitas de planeamento familiar. As barreiras para implementação estão relacionadas com o alto volume de utentes que acorrem ao Centro de Saúde, falta de informação e comunicação para os próprios provedores e utentes