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Title: O Ensino da escrita com recurso a estratégias (meta) cognitivo- cooperativas em contextos multilingues: o caso do português em Moçambique
Authors: Grosso, Maria José dos Reis
Guirrugo, Osvaldo Carlos
Keywords: Língua portuguesa
Comunicação
Processos cognitivos
Portuguese language
Communication
Cognitive processes
Issue Date: 3-Feb-2008
Publisher: Universidade de Lisboa
Abstract: A necessidade de comunicação eficiente em língua entre pessoas do mesmo círculo 1 e entre estas e as dos outros círculos revela-se hoje uma questão fundamental. Atendendo a esta preocupação sempre houve esforços das pessoas pertencentes aos círculos da mesma língua em padronizar e manter a inteligibilidade linguística, mesmo quando a língua em questão é usada em situações transcontinentais por falantes de origens, culturas e costumes diversos. Neste contexto, é consensual que a escola se reveste de grande responsabilidade em manter e controlar a norma estipulada e traçar estratégias que dêem conta do ensino adequado das línguas no mundo, quer sejam línguas maternas (L1) quer línguas segundas (L2) 2 , em diversos contextos. Se esta preocupação é “relativamente menor” nos círculos de L1 (Círculo Interior) (habitualmente monolingues), porque as pessoas falam uma mesma língua, parece muito maior nos de L2 (Círculo Exterior) (habitualmente multilingues). Tal se deve essencialmente aos elevados usos desviantes em relação à variante padrão, nos contextos de L2, em que diversos factores concorrem potencialmente para a sua “desestabilização”. O caso moçambicano é exemplo de situações de usos desviantes em relação à norma padrão estabelecida – o Português Europeu (PE). Os usos desviantes atravessam quase todos os contextos em que o Português é usado em Moçambique, e a escola, a todos os níveis, não foge à regra. É no contexto destes usos desviantes, que levam inclusive a tendências de afastamento em relação à norma padrão estabelecida e consequente surgimento de outra(s) variante(s) “emergente(s)” (cf. por exemplo Gonçalves, 1996), onde surgem as grandes preocupações no seio de profissionais moçambicanos ligados à língua, e não só. A existência, na actualidade, de uma vasta investigação nesta área revela estas preocupações e a fertilidade em termos de linhas de análise. A necessidade de contribuir para o processo de ensino e aprendizagem do Português no contexto moçambicano levou-nos a construir uma linha de reflexão neste domínio; uma linha que procura, partindo dos “erros” cometidos pelos estudantes da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane (FLECS/UEM) no processo da escrita, argumentar a favor do uso de estratégias (meta)cognitivo-cooperativas para a aprendizagem e consolidação deste tipo de tarefa. Partimos dos “erros” porque achamos que estes evidenciam antes uma preocupação primária, a do domínio da gramática do PE. Portanto, pretendemos construir uma linha de reflexão que se baseia no fraco domínio da língua portuguesa como forte concorrente para o fraco domínio da expressão/comunicação escrita. Deste modo, a análise vai percorrer um caminho que parte da análise dos “erros”, passando pelo estudo dos processos inerentes à expressão escrita, até desembocar nas propostas (meta)cognitivo- cooperativas.A necessidade de comunicação eficiente em língua entre pessoas do mesmo círculo 1 e entre estas e as dos outros círculos revela-se hoje uma questão fundamental. Atendendo a esta preocupação sempre houve esforços das pessoas pertencentes aos círculos da mesma língua em padronizar e manter a inteligibilidade linguística, mesmo quando a língua em questão é usada em situações transcontinentais por falantes de origens, culturas e costumes diversos. Neste contexto, é consensual que a escola se reveste de grande responsabilidade em manter e controlar a norma estipulada e traçar estratégias que dêem conta do ensino adequado das línguas no mundo, quer sejam línguas maternas (L1) quer línguas segundas (L2) 2 , em diversos contextos. Se esta preocupação é “relativamente menor” nos círculos de L1 (Círculo Interior) (habitualmente monolingues), porque as pessoas falam uma mesma língua, parece muito maior nos de L2 (Círculo Exterior) (habitualmente multilingues). Tal se deve essencialmente aos elevados usos desviantes em relação à variante padrão, nos contextos de L2, em que diversos factores concorrem potencialmente para a sua “desestabilização”. O caso moçambicano é exemplo de situações de usos desviantes em relação à norma padrão estabelecida – o Português Europeu (PE). Os usos desviantes atravessam quase todos os contextos em que o Português é usado em Moçambique, e a escola, a todos os níveis, não foge à regra. É no contexto destes usos desviantes, que levam inclusive a tendências de afastamento em relação à norma padrão estabelecida e consequente surgimento de outra(s) variante(s) “emergente(s)” (cf. por exemplo Gonçalves, 1996), onde surgem as grandes preocupações no seio de profissionais moçambicanos ligados à língua, e não só. A existência, na actualidade, de uma vasta investigação nesta área revela estas preocupações e a fertilidade em termos de linhas de análise. A necessidade de contribuir para o processo de ensino e aprendizagem do Português no contexto moçambicano levou-nos a construir uma linha de reflexão neste domínio; uma linha que procura, partindo dos “erros” cometidos pelos estudantes da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane (FLECS/UEM) no processo da escrita, argumentar a favor do uso de estratégias (meta)cognitivo-cooperativas para a aprendizagem e consolidação deste tipo de tarefa. Partimos dos “erros” porque achamos que estes evidenciam antes uma preocupação primária, a do domínio da gramática do PE. Portanto, pretendemos construir uma linha de reflexão que se baseia no fraco domínio da língua portuguesa como forte concorrente para o fraco domínio da expressão/comunicação escrita. Deste modo, a análise vai percorrer um caminho que parte da análise dos “erros”, passando pelo estudo dos processos inerentes à expressão escrita, até desembocar nas propostas (meta)cognitivo- cooperativas.
URI: http://www.repositorio.uem.mz/handle/258/574
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